Os polacos em Portugal nos anos 1940-1945


  É o título de uma exposição que é apresentada em Varsóvia. A exposição foi elaborada pelo Gabinete dos Assuntos dos Combatentes e Vítimas da Repressão da Polónia e é uma forma de agradecimento para os portugueses que ajudaram a polacos durante a Segunda Guerra Mundial. Esta exposição esteve também patente em Portugal, no Estoril, sob o título “Exilados, políticos e diplomatas em tempos difíceis”.
    Se pensarmos em Portugal, vemos sol, praia e mar. Os portugueses são para os polacos como os espanhóis – gostam de festa e sesta. Se pensarmos nos portugueses durante a Segunda Guerra Mundial, não podemos imaginar nada. O que foi Portugal para os polacos durante os anos da guerra? O país que ficava longe e não tinha nada em comum com a Polónia. A resposta não é correta. A Segunda Guerra Mundial começou em 1939  e durou até 1945. Os anos deste conflito militar foram dos mais trágicos da história mundial. A política externa de Portugal na guerra era uma política de neutralidade. Os países neutros eram os lugares para onde fugiram os refugiados. Graças à sua situação geográfica Portugal foi um destino seguro para as pessoas que queriam sair da Europa. Portugal era para eles um abrigo. Os estrangeiros que chegaram a Portugal tinham uma cultura diferente da dos habitantes, mas este facto não determinou negativamente a relação com os refugiados. Nos anos da guerra muitas pessoas encontraram o refúgio no território português.
     Durante a Segunda Guerra Mundial os polacos eram forçados a fugir da sua pátria. Eles escaparam não só para a Grã-Bretanha ou para os Estados Unidos da América, mas também para aos países da Península Ibérica. Depois da capitulação da França em 1940 os polacos fugiram para Portugal. Os países ibéricos para uns eram só uma paragem durante o caminho para outras terras e para outros – um lugar onde se estabeleceram. Nos anos 1940-1945 Portugal recebeu seis a sete mil  refugiados da Polónia. Entre as pessoas que passaram por Portugal podemos destacar: o ex-ministro Ignacy Jan Paderewski, o general Władysław Anders, o general Józef Haller, o vice-ministro dos negócios estrangeiros Jan Szembek, a atriz Irena Eichlerówna. A exposição apresenta a vida dos polacos em Portugal, as formas  de organização institucional (especialmente o Comité de Ajuda para os Refugiados da Polónia em Portugal), a atividade do serviço de espionagem e as relações entre os polacos e os portugueses. É obvio que os polacos não podiam residir e formar as suas instituições no território português sem ajuda dos portugueses. Eles receberam os refugiados e ofereceram-lhes as boas condições de vida, desenvolvimento político e deram-lhes  a possibilidade de apoiar os polacos que estavam na Polónia.
    Na minha opinião essa exposição tem muita importância. Graças a ela podemos ficar a saber os acontecimentos desconhecidos ou pouco conhecidos do nosso passado. Infelizmente, nas aulas não se fala sobre a cooperação ente os polacos e os portugueses. A exibição apresenta-nos factos importantes, mas omitidos nos livros da história polaca. Esperamos que essa exposição passe também por Lublin.

Monika Belowska

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