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A mostrar mensagens de junho, 2015

Novo número já saiu!

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O número seis da Água Vai saiu hoje. Nesta edição: Contos: -“A tirania do Semsentido” de Kamila Wiśniewska -“Se o caso é chorar” de Serenna Cacchioli -“O regresso do rei” de Anna Krupa e Małgorzata Stankiewicz -“Amor em duas rodas” de Dominika Ładycka e Patrycja Cieśluk -“A mesa” de Małgorzata Koprowicz Música: -Entrevista com Kinga Rataj por Liliana Wajrak Desporto: -Futebol português e futebol polaco: diferenças por Maciej Durka -Entrevista com Adison Schneeweiss por Aleksandra Porębska Opinião: -Serviços académicos por Magda Jóźwik -Viajando pela vida? por Aleksandra Guz Ecologia: - Em socorro dos linces por Anna Krupa Brasil: - Afro-brasileiro: inspiração para a cultura nacional 1889-1930 por Agata Błoch - Brasileiros e Lublin: entrevista por Aleksandra Moskal - O gaúcho – um estado de espírito por Katarzyna Rejter Cinema: - Imagine, de Andrzej Jakimowski, 2012 por Martyna Jędrzejczyk Poesia: - Entrevista com Alexandre Soares por

O cristianismo e o outro paganismo ou seja “A adivinha diz sempre a verdade”

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Estima-se que mais de oitenta por cento dos polacos professa o cristianismo.  Ao mesmo tempo quase sessenta por cento das pessoas, inquiridas através de várias instituições, declara que acredita nas adivinhas e nos horóscopos. Foi calculado que essas mesmas pessoas juntas gastam anualmente cerca de 2 bilhões de zlótis em serviços esotéricos.           Deixemos os números e as estatísticas aos entrevistadores. Suponhamos que eles sabem  mais disso. O que nos realmente deve interessar é a relação entre a religiosidade dos polacos e a confiança que têm  nas coisas de raízes pagãs. Ou melhor, se existe alguma dependência entre estas duas coisas. De acordo com  “O dicionário de mitos a tradições culturais” a adivinhação, a cartomancia, a taromancia e outras são práticas que envolvem a previsão do futuro ou coisas desconhecidas, baseadas na fé na existência do mundo sobrenatural e a possibilidade de contato com ele para ter as informações em forma de signos  ou sinais de diferentes ti

O Jogo de Geri

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20 de maio de 1995      Uma cozinha desarrumada – no fogão há uma panela com o jantar de ontem. Cheira a livros velhos e a canela. Dois velhotes estão sentados à mesa da cozinha. Eles têm os olhos calmos e as mãos trémulas, usam óculos, as camisas amarrotadas, suspensórios e os relógios que não são necessários porque não há pressa para os velhos. O pequeno-almoço – nada especial – o pão duro, um pouco de queijo, tomates da vizinha e algumas bolachas de canela. Nas paredes  há muitas fotos dos jovens e os cartões-postais de viagens que não vão fazer de novo.  Em cada lugar da cozinha há os livros favoritos. -Está um dia lindo, não é Caetano? -É, muito bonito como todos os dias de maio. Que dia é hoje? -20 de maio. Outro aniversário? Como o tempo passa rápido! -É verdade, o António escolheu o mês mais bonito para deixar os amigos e este mundo. As coisas nunca mais foram as mesmas desde aquele dia quando ele morreu. -Não sejas tão triste e melancólico! Lembras-te quando

Mãe

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A minha mãe chama-se Halina, tem 41 anos e é a mulher mais bonita no mundo. É uma cabeleireira muito famosa na minha cidade porque é a única mulher que corta cabelo só dos homens. É de uma aldeia pequena, tem três irmãs e dois irmãos. Para toda gente mãe é uma pessoa excepcional mas entre nós há uma relação muito forte desde o meu nascimento.  Durante três anos a minha mãe criou-me sozinha.  Sempre me disse que a coisa mais importante na minha vida é a independência. E que estudar é importante e que devo realizar todos os meus sonhos e paixões. Para mim ela é o modelo desta independência. Mostra que na vida há que lutar. No último ano ela teve três operações muito graves. A minha família e eu sabíamos que podemos perdê-la, mas ela estava sempre muito sorridente e dizia que tudo está muito bem. É uma pessoa fortíssima. Até hoje não se queixa e não diz nada quando não se sente bem então sempre que estou em Lublin estou muito preocupada com ela. Eu sei que significa poder perder

Carta aos finalistas

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Patrycja Pluta, Debora Mirosław, Justyna Kisielewska, Emilia Wróbel, Anna Drabik, Małgorzata Tracz, Edyta Marzec, Aleksandra Rogala, Liliana Wajrak, Rafał Ciosmak e  Weronika Ślęzak Marta Wasilak, Aleksandra Guz, Agata Kowalczyk, Justyna Teterycz, Maciej Durka e Aleksandra Porębska (Ausentes : Dagmara Różańska*, Monika Świderska* e Sylwia Budzyńska*) Estera Małek, Monika Czarkowsa-Guziuk, Katarzyna Kuczyńska, Magdalena Józwik,   Natalia Trzebuniak, Karolina Kierepko, Małgorzata Koprowicz, Paulina Szczygielska, Patrycja Cieśluk e Dominika Ładycka (Ausentes: Olga Kukawka, Patrycja Pawecka* e Paweł Nowak*) *Erasmus Caros finalistas Chegou ao fim mais um ano lectivo. Para alguns acabou a boa vida de estudante. Mesmo que esta “boa vida” não tenha sido fácil, a próxima etapa será um pouco mais difícil do que esta que acabou de terminar. Dizem adeus aos "indeks" [1] ,aos exames, às longas filas de espera no "dziekanat" [2] aos trabalhos de casa fei

Entrevista com a minha avó

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Os nossos avós voltam sempre às recordações dos anos da sua juventude. Temos a impressão de que eles se lembram melhor dos acontecimentos que tiveram lugar antes do que do momento. Às vezes, são as aventuras engraçadas da infância, às vezes as histórias cheias de emoções da guerra. Vale a pena anotá-los todos! Como escreveu S.J. Lec – “pode-se fechar os olhos à realidade, mas não para as memórias”, porque as memórias são imortais... - Avó Filomena, podes falar-me sobre a tua infância? - Nasci em Ruszów há 78 anos. Era uma pequena aldeia onde viviam apenas algumas famílias. Até à aldeia mais próxima tinha 6 quilómetros e para a cidade 12. Vivíamos perto da floresta e passávamos ali a maioria do tempo. Durante o verão apanhávamos os morangos, framboesas e no outono avelãs. A casa vinham os veados, corços e aves selvagens. Os meninos adoravam brincar com uma parte do fogão chamada “fajerka”, um aro de metal, que faziam rolar. - Como era a tua casa? - Era toda de madeira e não e