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A mostrar mensagens de fevereiro, 2016

Como era a minha vida antes da universidade

Quando era mais nova queria come ç ar a estudar numa universidade para ter mais liberdade. Pensava sempre que por causa dos meus pais sentia a falta das festas e das saídas com os amigos. Claro, n ã o era assim e dei-me conta de que tinha tudo o que precisava. Na escola do terceiro ciclo, como é a idade mais estúpida, fui uma aluna rebelde. Acho que tudo come ç ou quando eu e as minhas amigas tivemos uma nota negativa em física. Essa nota n ã o foi justa, então come ç ou a minha guerra com esse professor. Nunca me deu nenhuma nota positiva e quando tivemos um teste todos tiveram o grupo 1 ou 2 e somente eu tive o grupo 7, com questões das unidades que ainda n ã o discutimos. N ã o me lembro como, mas no final este professor deu-me uma nota positiva. Ele n ã o foi o ú nico que me irritava, ainda me lembro de uma luta com sangue e foi a luta com... um padre! Gra ç as a Deus ninguém soube desta luta, nem a diretora, nem os meus pais.       Quando come ç aram as aulas no liceu, pens

Perdição

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1º prémio ex aequo no Concurso Literário Internacional do CLP/Camões em Lublin : “Uma palavra, um conto” „Perdição”  Era uma menina triste. Tinha mãos feitas de água e coração feito de agulhas. Ninguém conhecia a sua idade, mas era jovem com esta juventude frágil e inocente que precisa de ser protegida. O seu corpo era feito de vidro, a sua pele parecia fina demais, via-se perfeitamente as suas veias e parecia que se olhasses com suficiente atenção, poderias vê-la inteira, ver o seu estômago, o seu coração, sangue a fluir nas suas veias. Quando se movia, tinhas medo de que os seus ossos partissem a sua pele como se fosse papel. Se ficavas ao seu lado, calado, calmo, nunca conseguias ouvir a sua respiração, como se não precisasse de oxigénio para funcionar, mas sim conseguias ouvir o latido do seu coração. Lembro-me dela cada dia, vou lembrar-me até ao dia da minha morte, até que o meu corpo se converta num pedaço de carne, devorado pelo tempo, comido pela terra. Os seus olh

A verdadeira história de Portugal, palavra de honra!

1º prémio ex aequo no Concurso Literário Internacional do CLP/Camões em Lublin : “Uma palavra, um conto” Às três pessoas que despertaram em mim o interesse pela língua portuguesa, os meus professores no Instituto Camões de Barcelona Pedro Álvares, Alberto Simões e, muito especialmente, Marina Magalhães. A verdadeira história de Portugal, palavra de honra!    No princípio era a Palavra, e a palavra colocou numa mala vogais, consoantes, acentos agudos, graves e circunflexos, maiúsculas e minúsculas. O certo é que a viagem foi um pouco acidentada. Já desde bem cedo os solavancos obrigaram-lhe a desenvolver a sua capacidade criativa. Um 'L' ficou todo torto e tornou-se o til, um 'i' incrustado nos pés dum 'c', o cê cedilhado. Ninguém ficou surpreso, portanto, quando ao chegar ao seu destino, as terras mais ocidentais da Europa, a companhia de transportes decidiu compensá-la -o cliente tem sempre razão- com um pacote especial V.I.P. (acrónimo, como é

Resultados do 2º Concurso Literário Internacional do CLP/Camões em Lublin : “Uma palavra, um conto”

A 2ª edição do Concurso Literário do CLP/Camões em Lublin contou com participantes da Argentina, Uruguai, Espanha, Roménia, Polónia, Índia e China. O maior número de contos enviados mas também a elevada qualidade de muitos deles dificultou o trabalho do júri. Por esta razão temos mais uma vez vários empates. Depois de muita deliberação o júri decidiu premiar os seguintes contos: Abel Losa  (Espanha) 1º lugar ex aequo Sylwia Jablonska (Polónia) 1º lugar ex aequo Anna Krupa (Polónia) 2º lugar ex aequo Malgorzata Stankiewicz (Polónia) 2º lugar ex aequo Debora Miroslaw (Polónia) 3º lugar ex aequo Joanna Dudek (Polónia) 3º lugar ex aequo Malena Reali (Argentina) Menção honrosa Ana-Maria Paunescu (Roménia) Menção honrosa Parabéns a todos!!!