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A mostrar mensagens de abril, 2013

Vamos às compras!? Outra vez...

Sou mulher e não gosto das compras - esta frase é quase como um oximoro. Mas eu realmente não gosto das compras. Desde pequena que se notava o motim no meu comportamento:   –Abre a boca!   –Não.  –Diz “a”.  –“b”.   Mas não ia falar da minha meninice. As compras, o consumo, a publicidade, o gasto de dinheiro - não, isto não é o meu lado mais forte (sobretudo a última questão, o dinheiro é como o meu amigo... virtual, mas continua sendo o meu amigo!), então digo um calado e indeciso ‘não sei’ às compras. Pois não se pode evitar o consumo nem reduzi-lo a zero, então não sou tão masoquista para obrigar-me a sofrer todos os dias. O que é que eu compro? As coisas mais necessárias para viver é claro, a comida, os produtos da higiene pessoal, o chocolate, os cosméticos, os brincos... Só para escrever composições tenho de comprar as canetas todos os meses. E quando ando pela zona das canetas perto encontram-se outras coisas que eu acho imprescindíveis: o coador (está em liquidação!),

" UM FUNERAL À CHUVA" Contextodependência – Em Busca de Sentido

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Na cultura há trabalhos que são únicos e, ao mesmo tempo, universais. Conseguem captar a atenção da maioria dos observadores – fazem-nos pensar e comovem-nos. São universalmente reconhecidos, elogiados tanto pela crítica como pelo público. Constituem o ápice da criatividade dos seus autores – são as obras-primas deles, a crème de la crème do género. Existem também produções que nem sequer se juntam ao grupo elitista – são mais mundanas, mas ainda assim sólidas e podem funcionar surpreendentemente bem num contexto definido. Eu incluiria nesta segunda lista o filme que fez parte da série de sessões de cinema português organizada no Centro de Língua Portuguesa Camões – “Um Funeral à Chuva” – uma obra suficientemente intrigante para me fazer esquecer das suas imperfeições como se não importassem nem um pouco. O filme foi classificado como “comédia”, mas, apesar desta avaliação, acho que a qualidade da criação está fora dos elementos satíricos que são, por vezes (as piadas dirigida

A festa de São Jacinto

Uma das minhas lembranças da infância são as festas populares que se celebravam em honra do patrono da igreja local, são Jacinto. No meio do bonito mês do agosto, quando ainda fazia calor e as pessoas andavam relaxadas, o Jacinto convidava todos os habitantes do meu bairro industrial em Gliwice  para a sua festa. Por esta ocasião a rua em frente da igreja ficava fechada à circulação e estendiam-se as bancas carregadas de brinquedos de origem chinesa. Os avós generosamente ofereciam aos seus netos dinheiro que se esgotava num instante. Os miúdos tentados pelos pavilhões com armamento carregavam as suas pistolas de plástico que ao disparar transtornavam os sons da música festivaleira e deixavam uma nuvem de fumo asfixiante. Num ano, o verdadeiro hit eram as grandes e peludas tarântulas com uma corda o que possibilitava levá-las a passear como se fossem os cãezinhos e aterrorizar desta maneira os animais domésticos. Noutro, estavam na moda os olhos artificiais em forma de bolinhas peq