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A mostrar mensagens de fevereiro, 2015

Os futuristas de Portugal - Padre António Vieira e Rainha Dona Luísa de Gusmão

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Analisando as biografias do padre António Vieira e da rainha Dona Luísa de Gusmão cheguei a uma conclusão que o tempo real não sempre corresponde ao tempo da vida das pessoas. Há pessoas que têm os pensamentos e comportamentos muito mais avançados do que a gente da mesma época. O padre António Vieira e a D. Luísa são excelentes exemplos para provar minha tese.             Padre António Vieira foi considerado um verdadeiro visionário e futurista. O seu pensamento só chegou à luz depois da revolução francesa e no caso do Brasil duzentos anos após a sua morte quando começou o processo da libertação dos escravos. Foi o autor de várias extraordinárias propostas econômicas cujo objetivo foi enriquecer Portugal na época da Restauração. O padre António Vieira percebeu que o sucesso de rápido enriquecimento não eram as constantes conquistas, mas sim o estabelecimento de paz. Na época do Brasil holandês o padre defendia a política pacifista em relação aos Países Baixos e chegou com uma prop

Dia de São Valentim?

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Se alguém acredita no calendário, hoje estamos no dia 14 de Fevereiro. E o que é que destaca este dia do resto dos desagradáveis dias de inverno? É o dia de São Valentim, um pesadelo para os homens e a data adorada pelas mulheres. As vitrinas estão cheias de diversas coisas de cor vermelha para mostrar às pessoas que não sabem de nada, que o vermelho é a cor do amor. Do outro lado do vidro sorriem-nos os ursos de peluche, rosas (obrigatoriamente vermelhas). E como é que eu me pude esquecer dos corações! Os corações de chocolate, de amêndoa, de papel, de ouro... este é o símbolo inextricavelmente ligado ao Dia dos Namorados. E que é que fazem os namorados neste dia tão especial? Sem dúvida, as coisas indescritivelmente românticas. E assim, os namorados vão aos cinemas, aos parques, aos restaurantes e fazem todas estas coisas que (quando se pensa bem nisso) podem fazer todos os dias. Mas não fazem. É engraçado que as pessoas precisam de estabelecer uma festa para encontrar uma des

Não me toca

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"Já estou há três dias neste quarto escuro, rodeado por garrafas vazias, em silêncio total mas com os gritos na minha cabeça. Fumei dezenas de cigarros, comi pouco. O álcool já não me dá alívio nem vai resolver os meus problemas mas ainda bebo a última cerveja que tenho. O meu telemóvel está desligado, não abro a porta - quero estar sozinho. Dói-me a cabeça e todo o meu corpo. Ultimamente não tenho dormido bem. Acabei de fazer as malas e estou pronto para sair e nunca mais voltar a este apartamento de que tenho tantas memórias. Já tomei uma decisão e sei perfeitamente o que quero. Dei-me conta de que não era um homem feliz e por isso vou dar o primeiro passo para a felicidade. A minha felicidade. Hoje ela volta da casa dos seus pais. Finalmente vou dizer-lhe tudo o que agora sinto. Depois da última briga pensei muito sobre a nossa relação. Relação... não sei se posso chamar assim isto que agora há entre nós. Há quatro anos que estamos juntos e com o decorrer do tempo consigo ve

A mágica Podláquia

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Há um pedaço da terra atirado para os confins da Polónia. Não há lá solos férteis, os arranha-céus não perfuram as nuvens, as auto-estradas não atravessam os campos. Não há aeroportos, as chaminés de fábricas não despontam no horizonte. Este pedaço da terra chama-se Podláquia, uma voivodia (província) no nordeste da Polónia.   Era uma vez um político de camisola turca que quis que não houvesse nada. Eis a Podláquia. Há quem diga que foi aqui que Proust procurou o tempo perdido, mas eu corroboro o Saint-Exuperiano: “O essencial é invisível aos olhos”. A Podláquia não é terra para se conquistar, é terra que conquista: faça o que fizer, é preciso “entrar de cabeça” nela para a descobrir. É preciso deixá-la seduzir com os seus feitiços. Nos seus braços o ar é mais leve, não há quem resista aos seus encantos.                                                       Casa tradicional, século XX, fot.: Anna Kułak Cruzar a fronteira da Podláquia é como entrar num mundo paralelo. Os d

História de um sentimento...

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Somos 7 mil milhões de pessoas que vivemos na Terra. Cada um no nosso planeta é como um grão de areia na praia. Isto significa que somos desconhecidos nesta multidão de gente que sente, desfruta e sofre. Milhões de tragédias, de histórias, de acontecimentos que ocorrem cada dia, cada hora, ainda cada segundo. Umas doces e alegres, outras mais amargas. As histórias são como as sinfonias agridoces. Esta é a minha. A história de um sentimento. 24 de junho de 2013 O meu horário no trabalho mudou por causa do início das férias. O verão chegou muito tarde este ano, os dias cheios de frio acabaram na semana passada. Mesmo que goste muito do nosso inverno polaco, graças ao meu pai no meu coração há sempre o espaço para as temperaturas altas. De qualquer maneira vou ter de me acostumar ao novo horário dos comboios. Hoje, ao voltar do trabalho, vi um par de olhos verdes tão grandes e bonitos que o meu coração acelerou. Mas esta sensação durou apenas uns segundos, interrompida pelo movime

Novo número: Água Vai nº 5

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Nesta edição: - “É hoje...” - Conto de Ewa Szafrańska (Licenciada em Estudos Portugueses) - As mulheres no mundo dos videojogos - Magdalena Jόźwik (2º ano de mestrado em Estudos Portugueses) - Não compreendo! - Małgorzata Tracz  (3º ano de Filologia Ibérica) - Os livros de Ryszard Kapuściński - Weronika Ślęzak (3º ano de Filologia Ibérica) - Atividades do Centro de Língua Portuguesa/Camões no ano letivo 2013/2014   3º Congresso dos Estudantes Lusitanistas da Polónia: Unidade e Diversidade no Mundo Lusófono - Anna Tylec e Katarzyna Janowska (UMCS, Lublin) - Património mundial de origem portuguesa - Bartosz Suchecki (UMCS, Lublin) - Em busca do amor perdido- Uma perspectiva subjectiva sobre a brasilidade - Grzegorz Kobędza  (UJ, Cracóvia) - Influências da língua francesa no português e no polaco - Magdalena Góralska  (UW, Wroclaw) - Avaliação ambivalente do rei Dom Sebastião: Um herói nacional ou um rei louco? - Michał Belina (UW, Wroclaw) - Sobre a essência e a o