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A mostrar mensagens de março, 2014

Os primeiros encontros entre japoneses e portugueses

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Não é difícil ficar fascinado pela civilização japonesa. A terra das cerejeiras floridas, gueixas misteriosas, samurais valentes e cultura popular excêntrica. Mas também de uma sociedade fechada e hierárquica, isolada durante muitos séculos. A nação ocidental que quebrou este isolamento pela primeira vez foi a nação portuguesa.  Os portugueses chegaram à ilha de Tanegashima (perto de Quiuxu) em 1543. Na língua do povo local foram batizados como Nambanjin , “os bárbaros do Sul”, juntamente com os espanhóis, que chegaram em 1584. Por comparação, tempos depois, os russos, holandeses e ingleses foram chamados Koumoujin , “os bárbaros de cabelo vermelho”. Obviamente, na base das relações luso-nipónicas estava o comércio. Acima de tudo, Portugal serviu como intermediário comercial entre a China e o Japão. Isto pode parecer estranho, mas o comércio entre estes dois países asiáticos tinha sido proibido pelos imperadores Ming em 1480 e em geral os arredores da costa chinesa eram perigosos p

Maria Natividade Pires no Centro de Língua Portuguesa

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O Centro de Língua Portuguesa recebeu a visita da Professora Doutora Maria da Natividade Pires, professora coordenadora da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco, que nos dias 25 e 26 do corrente mês apresentou duas palestras: “Literatura Infantil e Juvenil e Educação Intercultural” e “Alguns exemplos do artesanato português”.   Doutorada em Literatura Portuguesa, tem publicações em livros e revistas sobre Literatura Infantil, Literatura Tradicional e abordagens interdisciplinares, na perspectiva da educação intercultural. É co-autora, com Carlos Reis,  do livro História Crítica da Literatura Portuguesa - O Romantismo (Lisboa, Verbo, 1993), e é autora de Pontes e Fronteiras. Da Literatura Tradicional à Literatura Contemporânea ( Lisboa, Caminho, 2005). Coordenadora do Projeto-Piloto “Querer Ler-Poder Ler: uma experiência em contextos formais e não formais”, desenvolvido no âmbito do Plano Nacional de Leitura (2006-2010), e membro da equipa regional

Calou-se A VOZ do punk rock português. Morreu João Ribas (1965-2014)

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foto:http://billy-news.blogspot.com/2012_10_01_archive.html Morreu ontem, em Lisboa, João Ribas vocalista dos Tara Perdida. Nome maior do movimento punk nacional, fundou os Censurados, passou pelos Ku de Judas, os Kamones e em 1995 criou os Tara Perdida. Sem nunca desistir e mesmo sem ver a sua música ter a divulgação merecida, se comparada com outros géneros mais "ligeiros", nunca caiu no esquecimento e não cairá. Tinha 48 anos. Censurados: Tara Perdida:

Homo Sapiens Viajante

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Diz-se que somos preguiçosos, que não gostamos de aprender nem estudar, sem acesso à Internet não poderíamos escrever nenhum trabalho e a nossa vida está limitada ao Facebook ou diversão na discotecas. Essa é a opinião dos estudantes de hoje. Mas nem todos são assim. Alguns de nós temos a sorte de estudar o que adoramos e queremos, o que permite que se abrir  para o mundo e ficar  a conhecê-lo melhor. Eu sou uma daqueles "felizes". Além disso, eu sou “homo sapiens viajante”. Como usar o tempo na universidade de forma eficaz, especialmente se és estudante de filologia? O nosso dever é usar as oportunidades de estudar no exterior, de viajar pelo mundo, conhecer as novas culturas, idiomas, outros mundos. As possibilidades são enormes, entre outros Erasmus, Mundus ou o programa AIESEC. A idade jovem no caso de um estudante é um dos fatores mais importantes e permite trabalhar como voluntário num acontecimento mundial ou ganhar experiência de trabalho sem olhar para a família

Mais um dia de vida...

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Nas últimas aulas de História dos Países Luso-africanos, uma semana antes do exame, o professor recomendou-nos a leitura do livro de Ryszard Kapuściński sobre a viagem que este escritor polaco fez a Angola, intitulado Jeszcze jeden dzień życia ( Mais um dia de vida ). Isto despertou a minha curiosidade. Um escritor polaco em Angola? O que o levou até lá? Costumamos queixar-nos de não termos tempo suficiente para ler então finalmente pude "juntar o útil ao agradável" como se diz muitas vezes aqui na Polónia.  Os primeiros livros de Ryszard Kapuściński publicados nos anos 60 do século XX foram principalmente um conjunto das reportagens e apontamentos que o escritor  fez enquanto correspondente na África e América Latina. Descrevia a história da descolonização do Continente Negro, a viagem pelas repúblicas da União Soviética ou vários movimentos de guerrilha. Em 1976 foi publicado o livro Jeszcze jeden dzień życia . O autor escreveu-o baseado na sua estadia em Angola nos ano

“Mostra-o em português”

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  ‘Il corpo é il primo e il piú naturale strumento dell’uomo’* M.Mauss “Mostra-o em português” A comunicação entre as pessoas é realizada por vários canais. A língua (as palavras) é importante, inclui a informação, mas o sotaque, a mímica, e os gestos são os elementos que determinam o comunicado. A maneira de se sentar, de dirigir o nosso olhar ao interlocutor, a postura enquanto se fala. Há gestos que não se fazem na mesma maneira em todo o mundo. Isso não é tudo, existem gestos que podem substituir completamente a comunicação verbal, são os sinais muito relacionados com a cultura e a interpretação deles depende da sociedade em que se cresce. Por isso, o uso dos símbolos sem conhecer o seu verdadeiro significado pode causar varias situações embaraçosas. Sobre o que, então, deve ter cuidado um polaco visitando Portugal, e um português visitando a Polónia? 1.’Beijinhos!’  O hábito português de cumprimentar-se com dois beijinhos nas bochechas (especialmente entre as pessoas

É uma dança sensual…Kizomba!

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Antes de ir a Portugal nunca tinha ouvido este nome. Kizomba? Estás a pensar em zumba? Salsa? O que é isso? Não percebo! Não conheces? Então repara, é outra coisa, outra dança. Francamente quando vi pela primeira vez esta dança, fiquei um pouco chocada talvez porque seja muito sensual e íntima, embora parecia um pouco como salsa ou bachata. Apesar disso as pessoas que estavam a dançar, não tiveram nenhuma vergonha destes movimentos lentos, lentos e rápidos marcados por uma batida forte em ritmo 4/4. Temos de ter algumas capacidades e influências no corpo para dançar kizomba, é óbvio. É uma dança com coração africano, com ritmo de terras angolanas, mas quase adotadas como uma dança portuguesa. Nasceu em Angola nos anos 1987-1988 e muitas vezes pode ser confundida com “zuok”, porque tem um ritmo semelhante.  Na Polónia participei muitas vezes em festas ou aulas de dança, onde podia ver e tentar dançar, por exemplo, salsa ou bachata. Lembro-me de uma noite com as danças latinas e afr

As minhas reflexões sobre a seleção portuguesa de futebol

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Em julho começa a Copa do Mundo no Brasil. Um dos participantes vai ser a seleção portuguesa que se classificou graças à vitória ante a Suécia em novembro e quatro golos de Cristiano Ronaldo. Portugal tem um grupo muito forte e vai medir-se com a Alemanha, o Gana e os Estados Unidos. Na minha opinião não pertence ao grupo dos favoritos para ganhar a copa. Além disso, se não se classificar para a fase final não será nenhuma grande surpresa embora tenha Cristiano. Mas alguns jogadores da seleção têm um potencial imenso e se estiverem em forma extraordinária poderão levá-la até às semifinais, como no ano 2006 no mundial na Alemanha, ou ultimamente no Euro 2012. Como Portugal nunca jogava bem nas eliminatórias isso não pode ser nenhum determinante. Nos últimos campeonatos, seja do mundo, seja da Europa a seleção mostrou que é capaz de melhorar o seu rendimento com cada jogo. A seleção das Quinas tem jogadores da grande qualidade. Além do Cristiano pode-se nomear João Moutinho, Pepe

Exposição "A BD Ibérica- Uma Península aos Quadradinhos"

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De 27 de fevereiro a 14 de março estará patente ao público no átrio do Museu da UMCS a exposição "A BD Ibérica- Uma Península aos Quadradinhos". Organizada pelo Instituto Camões, Instituto Cervantes e pelas respetivas embaixadas, reúne trabalhos de alguns dos melhores autores portugueses e espanhóis de Banda Desenhada. A exposição foi inaugurada por sua Excelência a Embaixadora de Portugal na Polónia, Dra. Maria Amélia Paiva, que aproveitando a sua visita a Lublin, conheceu as instalações do Centro de Língua Portuguesa e encontrou-se com alunos e com o corpo docente.