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A mostrar mensagens de janeiro, 2015

A viagem da minha vida

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Há dois anos a minha amiga Natalia encorajou-me a fazer uma viagem intercontinental. Ela queria visitar 13 países em 30 dias, num carro antigo, com um grupo de cinco pessoas. Aquela ideia parecia-me louca e irreal. Tinha medo de que fracassemos- o carro não era o melhor, não tínhamos muito dinheiro nem experiencia em viajar e não sabíamos nada da região aonde queríamos ir. O nosso destino foi a Turquia mas pensávamos que não chegaríamos lá nunca. Decidimos fazer as mochilas para voltar a casa quando o carro avariasse. Comprámos aquele carro que tinha mais de 20 anos duas semanas antes da viagem e não pagámos mais de 250 euros. A velocidade máxima que normalmente podia alcançar era 90 km/h, mas temos que lembrar que aquela máquina estava cheia com as nossas bagagens e cinco pessoas. Partimos cheios de medo e com uma visão pessimista mas quisemos viver uma aventura inesquecível e por isso decidimos arriscar. Primeiro fomos à Ucrânia para visitar  Lviv e Odessa onde nos encontrámos c

A vida na Polónia nos tempos da PRL e os seus paradoxos

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De vez em quando é bom relembrar os tempos dos nossos pais e avós olhando para as fotografias. Na casa dos meus pais há muitos álbuns com fotos da sua infância e juventude. Especialmente uma chamou a minha atenção. A fotografia dos meus pais quando eram estudantes tirada num clube onde o meu pai desempenhava a função de disco-jóquei. Isto não é uma fotografia de pose como podemos ver em cada rede social. Foi tirada espontaneamente, e por isso é tão extraordinária. Apresenta os meus pais sentados num alto-falante enorme e naturalmente vestem a roupa da época. O que é mais notável é a gravata borboleta pontilhada. Um dia encontrei-a numa gaveta. O meu pai guardou-a até agora como uma lembrança da juventude. Quando penso nos tempos da PRL (República Popular da Polónia) vejo as fotografias em cor de sépia, as filas enormes de gente procurando os produtos de primeira necessidade, nas lojas as prateleiras quase vazias, os colares de papel higiénico e os trabalhadores pintando a passagem

O orgulho polaco

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Quando procuro no Google polaco a expressão ”o orgulho polaco” quase todos os resultados da pesquisa são relacionados com os hussardos polacos. Além disso vejo também outros símbolos da guerra, a ”âncora” – um símbolo da Polónia em luta, o nosso brasão de armas – águia branca. Às vezes aparece alguma foto dum desportista (Stoch, Kowalczyk, Lewandowski), ou de um dos nossos seis vencedores do Prémio Nobel. Quando pergunto aos meus compatriotas de que se sentem mais orgulhosos como polacos, normalmente a primeira resposta  é: João Paulo II. Apesar de tudo isso (e muito mais) nós, os polacos, somos um povo de muitos complexos. Acho que a razão disso é tantos anos de comunismo que sofremos. Quando depois da Segunda Guerra Mundial a maioria dos países da Europa ocidental se desenvolvia,  Polónia ainda teve de lutar pela liberdade. Uma das consequências disso é o nosso ”atraso” (sobretudo económico). E assim frequentemente sentimo-nos piores do que os ”de Ocidente”, porque ganhamos menos,

O jogo do pau

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A maioria das pessoas quando pensa numa arma, com que se pode defender, pensa  numa espada, pistola, flecha etc. Claro são efectivas, usando-as temos a certeza que estamos bem protegidos.  Acho que hoje em dia quase cada pessoa acha que defender-se só com as mãos é possível só em filmes com Bruce Lee ou Jackie Chan. Bem, eles têm um pouco de razão. Pessoas que não conhecem artes marciais não têm a possibilidade de defender-se sem gás ou pelo menos uma faca. É interessante que é possível defender-se usando uma arma menos drástica: um simples pau.             O jogo do pau é praticado em Portugal já há muitos anos. Neste caso a palavra "jogo" não significa uma “brincadeira”, mas “técnica” ou “manejo”. Ao principio foi a maneira de os pastores e camponeses se defenderem.  O pau que se usa neste combate é bastante comprido e graças a isto pode-se lutar com ele afastado, o que era muito prático em combates com os lobos. Em pouco tempo o jogo do pau começou a ser muito popular

Atrevo-me a sorrir ou não me atrevo?

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Um dia normal como todos, chega o teu autocarro, entras e após ocupares um assento passas a ser um companheiro de umas quantas pessoas ao teu lado. De repente recebes uma mensagem de texto dum/a amigo/a que te escreveu uma coisa tão estúpida e ao mesmo tempo engraçada que já estás a ponto de desatar a rir. “Mas o que faço?”, começas a pensar, “Estou num autocarro cheio de pessoas, rir-me, só sorrir ou deveria deter a riso e aguentar-me continuando com a cara séria e imperturbável?” Uma situação tão absurda que até é difícil escolher uma opção adequada. Mas lembra-te que ela pode marcar a tua vida, até que saias do autocarro;) Isto quer dizer que estar nos lugares públicos como autocarros, lojas ou centros comerciais  às vezes exige de nós certo comportamento e os dilemas tão complicados acontecem diariamente. A coexistência involuntária nestes lugares provoca que temos que assumir algumas posturas. Mas escolhemos sempre as adequadas? E quais deveriam ser? Se tens dificuldades em r