Mascarada

Não há muitas situações que me façam ter medo e ter o suor escorrendo em hectolitros nas minhas costas. Mas há uma, em particular, que me dá um micro infarto. Telemóvel, carteira, chaves... bolas, a máscara! E tenho de correr de volta para casa como Usain Bolt para o recorde mundial porque sei que se entro no autocarro sem cobertura facial é como se entrasse praticamente nua. Escândalo para as primeiras páginas dos jornais. A falta de uma máscara no meu rosto resulta em olhar crítico dos outros passageiros, o que me faz sentir como o maior criminoso procurado pela Interpol. Arrependo-me de não ter levado comigo esta peça da roupa mais importante dos últimos meses. No final, torno-me um objeto de comentários furtivos e de suspiros profundos. E o pior de tudo, o olhar assassino dos companheiros de viagem comparável ao dos ninjas japoneses que exprimem o seu desdém. Se pudessem, matar-me-iam imediatamente com os seus olhos.... No entanto, após muita observação, cheguei à conclus...