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A mostrar mensagens de abril, 2014

Em busca do amor perdido (2)

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À sombra das garotas de Ipanema  Curitiba Na realidade, Salvador foi a primeira capital do Brasil, mas para mim sempre foi Curitiba. Tal como Turim, a primeira capital da Itália, ou Munique, a capital inicial alemã. Toda esta confusão por causa da minha paixão pelo futebol. Na década de 90 os meus professores de Geografia eram os jornais, revistas, programas de rádio e televisão desportivos. Visto que a Juventus reinava nessa altura na Península Itálica e o Bayern permanecia a melhor equipa da Alemanha (cujos planos de supremacia tenta hoje em dia frustrar o magnífico Borussia), as cidades de origem destes clubes  eram, de acordo com a minha política topográfica, as mais importantes dos seus países. Berlim com a sua história de alguma muro e Roma que abrigava os lobos e o Papamobile não me interessavam tanto. Não faço ideia se o Atlético Paranaense estava nesse tempo entre as melhores equipas do país, mas a chegada ao clube do jogador polaco Mariusz Piekarski fez com que a

Morreu Vasco Graça Moura (1942-2014)

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Morreu hoje em Lisboa, Vasco Graça Moura, uma das vozes mais críticas do novo acordo ortográfico. Um dos nomes grandes da língua portuguesa e da lusofonia foi poeta, ensaísta, romancista, tradutor, deputado, secretário de estado e desde 2012 era presidente do Centro Cultural de Belém. A sua poesia é cantada por algumas das grandes vozes do fado, como Carminho, no álbum Alma. Talvez Vasco Graça Moura / Mário Pacheco Talvez digas um dia o que me queres, Talvez não queiras afinal dizê-lo, Talvez passes a mão no meu cabelo, Talvez não pense em ti talvez me esperes. Talvez, sendo isto assim, fosse melhor, Falhar-se o nosso encontro por um triz, Talvez não me afagasses como eu quis, Talvez não nos soubéssemos de cor. Mas não sei bem, respostas não mas dês. Vivo só de murmúrios repetidos,  De enganos de alma e fome dos sentidos, Talvez seja cruel, talvez, talvez. Se nada dás, porém, nada te dou Neste vaivém que sempre nos sustenta,

40 anos de liberdade - 25 de abril sempre!!!

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A Hora da Liberdade  (1999) Ficção documental da autoria de Emidio Rangel, Rodrigo Sousa e Castro e Joana Pontes. Emitido pela SIC na comemoração dos 25º aniversário da revolução. "Portugal 74-75" - O retrato do 25 de abril (1994) Documentário da RTP da autoria de Joaquim Furtado, José Solano de Almeida, Cesário Borga e Isabel Silva Costa.  25 de abril- Uma aventura para a democracia (2000) Documentário de Edgar Pêra com base nos arquivos do 25 de abril. 

Quim Barreiros, o génio da letra

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A Polónia tem Bracia Figo Fagot, Espanha tem Leonardo Dantés, Portugal tem Quim Barreiros. Cada um tem o seu. Mas isso não significa que todos sejam iguais. Pois é, Quim Barreiros é único. O artista minhoto já de pequeno estava ligado ao mundo de música. Aos oito anos começou a aprender a tocar acordeão. Um ano depois já fazia parte da banda do seu pai chamada Conjunto Alegria em que tocava bateria. Fazendo parte de vários grupos folclóricos, despertou então o seu interesse pela música popular e folclórica.  Mas o pequeno Quim demorou 15 anos para demonstrar a todo o mundo os seus grandes dotes musicais.  Nos anos 1968-74 cumpriu o serviço militar ao serviço da Força Aérea Portuguesa, em que tocava na famosa Banda da Força Aérea. O serviço militar não o impediu de desenvolver a sua paixão musical. Naquela altura mudou-se para Lisboa onde teve oportunidade de atuar nas principais casas de fado e restaurantes típicos. Fez então muitas amizades, com o famoso guitarrista Jorge Fonte, entr

Em busca do amor perdido (1)

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No caminho de Tieta Porto Alegre Há quase dois anos saí da Polónia para passar um semestre de estudos em Portugal. O voo para Lisboa marcou na minha vida um momento em que a atitude com que eu abordava a língua mudou. Foi como se o português fosse um monumento que de repente ganhasse vida. Conheci alguns portugueses, provei alguns pratos típicos, visitei alguns lugares históricos e ainda queria mais. Essa cobiça, esquecendo por um instante a própria língua , conduziu-me no ano seguinte ao Brasil. O Erasmus no extremo ocidental da Europa não deixou muito a desejar. Só lamentei não ter viajado mais. Em Portugal, um país pequeninho em comparação com o Brasil faltou-me a vontade. Por isso, desta vez, apesar de distâncias muito mais longas, decidi e consegui ver mais. Não amansou a fome. Já sei que tenho de voltar lá. Posso enumerar dezenas de sítios no Brasil que gostaria de explorar um dia.  Porto Alegre, a minha primeira localidade na  Terra Brasilis , não faz parte desta catego

Punk rock exótico. História do punk em Portugal.

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  Todos os punks e até as pessoas com menor interesse pela música punk conhecem as raízes deste movimento nos Estados Unidos, na Inglaterra e com certeza na Polónia. É verdade que a cena norte-americana e inglesa estabeleceram os fundamentos deste estilo e influenciaram o desenvolvimento da revolução punk e da sua criação principal pelo mundo inteiro, a música. Vale a pena recuar duas décadas e investigar como se formou e desenvolveu o punk nos países menos conhecidos. Todas as partes do mundo têm as suas particularidades, problemas diferentes e as pessoas têm o temperamento, a língua e os costumes bem diferentes. Em vários zines podemos encontrar com frequência relatórios sobre a situação atual do punk nos países considerados por nós exóticos, mas faltam pelo menos pequenas referências do passado. Uma vez que a história ensina então devemos conhecer a tradição deste género. Sendo assim vale a pena que nesta série encontremos um espaço para países tão interessantes como a Finlândia, a