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A mostrar mensagens de abril, 2015

Luís Augusto Fischer no Centro de Língua Portuguesa/Camões em Lublin

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Nos dias 23 e 24 de abril contamos com a presença  de Luís Augusto Fischer no nosso centro que nos guiou numa viagem pela história recente do Brasil e sua cultura. Analisando e comparando a obra de dois gigantes da música brasileira, Caetano Veloso e Chico Buarque, ficamos a conhecer o que está para além da letras e das músicas destes autores. Luís Augusto Fischer é Doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Brasil onde é professor associado. Trabalha com a Literatura Brasileira com particular interesse na formação e a história da literatura, géneros literários, romances e poesias brasileiras, literatura gaúcha, literatura colonial brasileira. Crítico, ensaísta, escritor e dicionarista. Autor de livros, como os de ensaio: Um passado pela frente (1992),  Amaro Juvenal (1989), e Para fazer diferença (1999), os de ficção como O edifício do lado da sombra (1996), Rua desconhecida (2002), Quatro Negros (2005), e trabalhos como: Dicionário de Porto-alegrê

Arte Luso-oriental e Indo-portuguesa

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O aspecto interessante da arte que surgiu no império português oriental é a dualidade do nome, ou seja, a coexistência de duas definições: a arte luso-oriental e a arte indo-portuguesa. Isso mostra que nenhuma cultura dominou a outra e ao mesmo tempo deu privilégio tanto à cultura lusa como à cultura indo . As fronteiras políticas do Oriente português eram difíceis de demarcar porque a região era composta por vários países e culturas diferentes, como  Chineses, Timorenses, Indianos, Japoneses e outros. A arte desempenhou o papel essencial nos contatos entre os povos nativos e os missionários portugueses. Rafael Moreira e Alexandra Curvelo perceberam que a Carreira da  Índia resultou em um diálogo cultural e artístico e também em um convívio entre as duas culturas tão extremas. Esta arte, porém, não pode ser encaixada nos ramos geográficos e “deve ser entendida não apenas em sentido geográfico, mas sobretudo social e histórico” . (MOREIRA Rafael, CURVELO Alexandra: 532). “A Arte ind

Kazimierz Guziuk

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   Sempre que visito a casa de família do Wojtek, lembro-me do seu avô. A casa fica em Białka, uma aldeia perto de Krasnystaw. A casa está vazia, só durante os feriados e as férias se enche com a família Guziuk a que pertenço. Quando entrei nesta casa pela primeira vez senti-me como se o tempo tivesse parado. Estava cheia de aparelhos antigos, móveis, galhadas e outros troféus de caça. E, sobretudo, coisas relacionadas com cavalos. Quadros, figurinhas, selas, muitas medalhas e diplomas de concursos hípicos – tudo relacionado com estes animais. Em cima da cómoda está pendurada a pintura da pessoa que fundou este lugar extraordinário. O quadro de Kazimierz Guziuk, o diretor da Coudelaria de Białka. No quadro está vestido com uniforme, montado no seu cavalo, o  Arcymiły ; ao lado dele está o seu fiel cão, um schnauzer gigante, o Amor. Embora nunca o tenha conhecido, eu vou sempre lembrar-me do seu rosto nesta imagem, cru e impenetrável. Não podem ler sobre ele na Wikipedia, mesmo qu

Vesela Chergova no Centro de Língua Portuguesa

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A mais recente visita ao Centro de Língua Portuguesa/ Camões em Lublin veio da Bulgária. No dia 16 de abril, a  Prof.ª Dr.ª Vesela Chergova da Universidade São Clemente de Ohrid de Sofia  deu uma palestra intitulada " As categorias temporais no modo Indicativo e no modo Conjuntivo do verbo português".  A conferência tratou da organização dos conteúdos temporais dentro do valor modal comum não subjetivo (Indicativo) e dentro do valor modal comum subjetivo (Conjuntivo) na tentativa de explicar o desequilíbrio das formas temporais (menor número de formas temporais conjuntivas) em ambos os modos do português contemporâneo. Pretendeu-se identificar a hierarquia na estruturação das categorias modais e das temporais segundo os postulados de Greenberg (1 971: 295-313), apresentando uma possível análise dos valores invariantes, contextuais e distributivos de todas as formas sintéticas indicativas e conjuntivas.   Vesela Chergova é Doutora em Linguística Portuguesa, Professora A

Irmão

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Imagina uma criança pequena de quatro anos. Esta criança brinca com o seu ursinho de peluche e chama-lhe o seu irmão. Esta criança não tem irmãos, mas quer muito ter um. Nove anos depois já não é uma criança, já não  brinca com o seu ursinho de peluche e já não pensa em irmãos. Mas um dia os pais dela dizem-lhe que vai ter um irmão. O mundo desta menina vai mudar totalmente. Os pais já não vão preocupar-se tanto com ela como faziam antes. Vai ter que dividir o seu quarto com ele e ajudar os seus pais em tudo... Quem é o meu irmão?                                                                       É um menino de oito anos, com olhos grandes e castanhos e uma cara sempre sorridente. É alto, forte e maior do que as outras crianças da mesma idade.  Gosta muito de ver os desenhos animados e brincar com “legos”. Está fascinado por astronomia e dinossauros.  Gosta muito de andar de bicicleta e nadar. Mas nem sempre foi assim. O meu irmão é autista. Quando tinha dois anos não sabia f

O bacalhau

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Esta história teve lugar no dia 27 de fevereiro de 2015. Eu levantei-me como sempre duas horas após o despertador ter tocado pela primeira vez. Tirei as ramelas dos olhos, vesti-me e preparei o pequeno-almoço. Naquele momento não sabia o que ia acontecer. Ao tomar o pequeno-almoço ja pensava no almoço e em fazer as compras no Biedronka – o equivalente do Pingo Doce na Polónia. Fiz uma lista de compras numa folha de papel e sai de casa levando a mochila. Sai para a rua, o sol brilhava como se fosse verão. Passando pelo bairro, encontrei muitas pessoas incluindo as que não apanharam o cocó do seu cão porque não “viram”. Atravessei a rua mas desta vez sem ser quase atropelado e uns metros depois entrei no Biedronka. Como sempre havia muitas pessoas a gritar, correr, rezar ou fazer centenas de outras coisas. Tirando a lista de compras do meu bolso dirigi-me para o interior do supermercado. Número um na minha lista: tomates – está feito, dois: farinha – já está no meu cesto, açúcar també

Curta história de uma tábua longa em Lublin.

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Tudo começa à noite. Durante o dia seria impossível - há demasiado trânsito para percorrer as ruas. O único som que se ouve é o das rodas de uretano a rolar no asfalto. Para alguns vizinhos o som é um problema, aproximam-se de um grupo com a intenção de assustar aqueles miúdos para eles não voltarem à quela rua. Mas rapidamente dão conta de que “os miúdos” têm por volta de 30 anos e durante o dia são responsáveis pais, funcionários, artistas, empresários. O longboard atrai as pessoas de ambientes diferentes, mas todos têm a mesma vontade de circular pelas ruas. Voltando aos nossos vizinhos, às vezes os argumentos não os convencem bastante e pedem ajuda à polícia. Uma cidade como Lublin ainda é pouco tolerante quanto às modalidades desportivas além do futebol ou ciclismo. Poucos sabem que os melhores skateboarders da Polónia são da região de Lublin. O longboard chegou a Lublin só há tr ê s anos, mas a sua história é bastante longa e confunde-se muito com a história do skatebo

Manoel de Oliveira (1908-2015). Adeus mestre...

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