Na pele do ser vivo mais bonito

  Imagina a situação: vais caminhando pela rua e repentinamente aparece uma pessoa que te faz uma pergunta «Se tivesse uma oportunidade de estar na pele de qualquer pessoa ou ser vivo por um dia, qual escolheria?». Pois, tens de ter um minuto para pensar.  Já sabes? A escolha foi fácil? No meu caso sim.
  Ao princípio, pensei em pessoas que conheço. Queria estar na pele deles? Não. Uma tem demasiados problemas consigo que são visíveis, por isso eu não quero nem saber o que está dentro dela. Seguimos. Uma pessoa que eu admiro e que é homem? Não, vou deixar o caso de Dave Gahan para outra oportunidade. Uma profissão? Não, é possível mudar de profissão se alguém quer. O quê então? É óbvio que um animal! Porquê? Porque não é possível na nossa vida transformar-se num animal, então é a única oportunidade. Agora a escolha é facílima. Quero estar na pele do animal mais lindo, e que admiro: um lince euroasiático.
   O meu dia é muito diferente do dos homens. Para começar, as partes do dia estão inversas. Quando os homens trabalham eu durmo e quando deveriam dormir eu começo o meu dia, ou seja a noite.  É possível comparar o meu dia com o dos trabalhadores por turnos, mas eles mudam o seu ritmo e eu não. Às horas quando todos se levantam eu deito-me na minha casa. Vivo na floresta, nas cavernas ou nos troncos ocos. É bastante cómodo. Não durmo todo o dia e às vezes gosto muito de aquecer-me ao sol ou estar sentado no ramo de uma árvore. Alguns homens acham que desta maneira eu caço. Que ingénuos! Caço de noite, mas se sinto ou vejo a possibilidade de comer durante o dia, aproveito-a. Mas então é possível comer só os pássaros. A parte mais interessante do meu ritmo de vida começa à noite, quando o sol se põe. Vou caçar. Tenho de ter muito cuidado para que a minha «comida» não fuja. Os homens acham que sou o campeão na corrida. Pelo contrário. Posso correr depressa mas só por um momentinho. Canso-me rapidamente. Mas sou paciente. Por isso, posso caminhar 20 quilómetros à procura de comida. O meu «prato» preferido é a cerva. Ela corre muito depressa, por isto uso a astúcia. Sou tão inteligente que me aproximo da vítima sem fazer nenhum som, silencioso. E quando não espera...ataco-a. Escondo debaixo da terra ou na árvore os restos do meu «prato». Poderiam pensar que alguns animais roubam a minha comida! Sim, também há ladrões entre os animais! Isto é horrível. Às vezes a minha caça é muito divertida. Imaginem que posso saltar até 2 metros de altura!
     Mas a minha vida não é tão colorida como parece. Primeiro, sou uma espécie em perigo de extinção. Muitas vezes os homens matam os meus irmãos nos acidentes nas estradas que cruzam as florestas. Também alguns nos caçam. Não há muitos lugares onde podemos viver, infelizmente. Isto é um problema muito grande. Na Polónia há uma organização que se dedica a nós. Chama-se WWF. Vocês podem ajudar-nos também. Basta darem 1% dos impostos no futuro. Isto não custa nada, mas pode ajudar. Ou se têm dinheiro podem doar via fundação WWF.
    Acho que se eu não fosse homem, seria um lince. Os grandes olhos e a cor da pele dos linces não são as únicas semelhanças.  Mas o assunto dos linces deveria ser tratado mais sério. E porque não é? Quando fui à repartição de Finanças a senhora quase se riu de mim quando viu que dei 1% dos meus impostos para salvar os linces! Não podemos esquecer-nos dos animais, não só dos linces mas também dos outros. E podemos começar com os nossos cães ou gatos.

Anna Krupa 
II ano de Filologia Ibérica




Nota da redacção:
O Lince-Ibérico é o felino mais ameaçado a nível mundial. Para mais informações consultem:

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