O pai do Modernismo Português – Almada Negreiros

  O símbolo da arte moderna portuguesa. O favorito e amigo de Fernando Pessoa. O desenhador, caricaturista-humorista, poeta, dramaturgo, escritor, pintor, escultor. Não basta palavras para descrever um artista tão talentoso e multifacetado como foi o José Sobral de Almada Negreiros. Podemos encontrar as suas obras pitorescas, por exemplo, na Casa Museu Teixeira Lopes/ Galerias Diogo Macedo em Vila Nova de Gaia, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (Fundação Calouste Gulbenkian) em Lisboa ou nos frescos da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra. Por que razões a sua obra se tornou um dos elementos mais significativos para a arte moderna portuguesa? A que deve ele deve a sua popularidade tanto nos seus tempos, como nas épocas posteriores? E o mais importante – o que o inspirava a criar? 
A vida 
 José Almada Negreiros nasceu em 1893 em São Tomé e Príncipe, o país natal da sua mãe. Depois de alguns anos mudou-se com a família para Portugal, mas não ficou fiel a este país mudando-se para França no ano 1919 ou para Espanha em 1927. Morreu em 1970, devido a uma paragem cardíaca em Lisboa. O fato bastante curioso é que Almada Negreiros faleceu no mesmo quarto no Hospital de São Luís dos Franceses no qual também tinha morrido o seu amigo Fernando Pessoa em 1935. 
A obra 
A sua carreira começou em 1911, quando, após a formação académica e o desenvolvimento do seu trabalho, publicou o seu primeiro desenho para a revista A Sátira, e já no ano 1913 teve lugar a sua primeira exposição de quase noventa desenhos na Escola Internacional em Lisboa. No entanto, apesar de ser o pintor excelente, a maioria da sua vida dedicou à escrita. Trabalhou com Fernando Pessoa, com quem ainda fez amizade, ou com Mário de Sá Carneiro e todos juntos fundam a Revista Orpheu. Porém, na última década da sua vida voltou a desenhar e pintar. Almada Negreiros foi chamado o pintor – pensador. Todas as suas obras circulavam em torno da beleza e sabedoria, as quais na sua opinião não poderiam existir uma sem outra. Lima de Freitas (outro artista português) explicou-o com as palavras: “a beleza não podia ser ignorante e idiota tal como a sabedoria não podia ser feia e triste”. No seu trabalho não se esgotava só nas habilidades adquiridas na Escola da Arte, mas pelo contrário, ultrapassava as correntes populares. Os temas principais das suas obras são os números e a geometria. Almada tentava procurar os seus significados, contextos e entrelinhas, o que foi a fonte mais importante na sua inspiração e criatividade. José Sabral de Almada Negreiros mais que nenhum outro artista contribuiu para o desenvolvimento e o prestígio do modernismo português. No entanto, também ele próprio evolucionou ao longo dos anos – passou do convencionalismo e figurativismo à abstração tanto numérica como geométrica nas suas últimas obras.
Provavelmente, a pintura mais reconhecida é o retrato do seu amigo, Fernando Pessoa, que criou no ano 1954. 
Karolina Bróździak

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