A velhice...

A nossa sociedade envelhece. É um facto que podemos observar já há algum tempo – há mais idosos do que crianças. Graças ao desenvolvimento da medicina a vida humana prolongou-se, somos mais resistentes às doenças, também a mortalidade dos recém-nascidos é menor do que no passado.
„A velhice”. Para muitas pessoas soa como a sentença. Parece-nos o pior que pode acontecer na nossa vida. A velhice é porém uma etapa da vida extremamente importante. É a etapa que fecha o perfeito círculo da vida. É como o regresso ao início. Os idosos, ao fim da sua vida parecem voltar ao estado da criança – muitas vezes não conseguem realizar as atividades básicas sem assistência, são teimosos, não percebem as expressões mais simples. Até os seus corpos se tornam mais pequenos, mais delicados e sensíveis. Estes factos criam certa aparência, como que as pessoas de idade avançada verdadeiramente fossem imaturos e merecessem ser tratados como crianças ou (ainda pior) fossem ignoradas completamente. Pensamos que não percebem os nossos problemas, esquecemos que eles viveram a mesma vida que nós, também foram estudantes, namoraram, trabalharam, divertiam-se, tiveram as suas primeiras derrotas, conflitos com os seus pais, também tomavam cervejas aos 15 anos de idade em segredo, copiavam nos exames e iam de férias com uma tenda e 20 zloty no bolso. Se nós tivéssemos um pouco de compreensão e paciência para eles, podíamos aproveitar da enorme experiência e sabedoria que têm. Porém não está na moda passar tempo com os avós, que às vezes têm os hábitos estranhos e para nós inexplicáveis. Falta de vontade de verdadeiramente ouvir o que têm para dizer faz com que tratemos o que dizem com uma piscadela de olho. Como não são muito produtivos no mercado de trabalho, frequentemente achamo-los inúteis.  Que engano! São divertidos, têm montes das histórias interessantes para contar, bons conselhos tirados da experiência da vida deles.
Um exemplo – uma situação que aconteceu durante um exame ao ouvido feito a um idoso de oitenta anos. Perguntaram-lhe, se há situações nas quais ouve melhor ou pior. „Claro que sim!” - respondeu surpreendido, que alguém lhe faça uma pergunta tão óbvia - „quando dizem toma! ouço perfeitamente. Mas quando dizem dá – já não tanto..” O que significa isto? Que os idosos não só são inteligentes como nós mas revelam-se muito mais espertinhos do que nós pensamos. 
Aleksandra Porębska
3º ano de Estudos Portugueses

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