Ser velho...
O que é ser
velho? Para mim esta questão depende da pessoa, quer dizer, tenho uma opinião
sobre os velhotes que me rodeiam e outra opinião pensando em mim daqui a 50
anos. Quando vejo uma pessoa velha normalmente sinto muito carinho porque me
fazem pensar nos meus avós. Claro, alguns dos velhotes prefiro evitar. Por
exemplo os que cheiram a álcool ou as que têm a maquilhagem cor-de-rosa, azul
ou verde ou têm o cabelo roxo. Não tenho confiança nessas pessoas porque já
muitíssimas vezes resultaram ser antipáticas. As minhas velhinhas “preferidas”
são as mulheres pequeninas com os lenços na cabeça. As que não falam muito, que
não dizem a todo o mundo como é preciso viver.
Obviamente cada
pessoa idosa tem os seus direitos. Por exemplo, para mim é claro que tenho de
ceder o lugar para que um velhote possa sentar-se. Mas não o faço sempre.
Quando há muitos lugares livres no autocarro não cedo e ninguém faz isto mas às
vezes as com maquilhagem têm problema com isso... como? Alguém atreveu-se a
ocupar o seu lugar!?
As pessoas idosas
têm uma excelente escusa para TUDO. Não têm vontade de ir a um casamento ou
outra festa? Só é preciso dizer “não me sinto bem, prefiro ficar em casa”,
porque já é normal, as pessoas com a passagem dos anos têm mais problemas de
saúde, mas às vezes abusam daquela desculpa. Também acho que a sociedade tem
mais respeito e mais paciência para as pessoas idosas. Às vezes os velhotes
podem viajar grátis ou quase grátis. As filas de espera para as consultas de um
médico são um grande mistério. Como já mencionei, as pessoas velhas têm mais
problemas de saúde, mas é curioso que este ano durante a “Black Friday” na
Inglaterra não encontrámos NENHUMA pessoa na fila de espera, será que todos
melhoraram por causa dos descontos?
Pensando nas
avozinhas que adoro, acho que ser velho (ideal) é ser uma pessoa digna e
modesta, uma pessoa que viveu muitos anos e gosta de aconselhar os outros se
precisarem. Os velhos são bons ouvintes e não impõem a sua opinião. Têm os
netos que são orgulhosos deles, que louvam a sua comida e que gostam de passar
o tempo junto dos seus avós.
E agora a minha
outra opinião, ou melhor, uma visão. Quando penso em mim daqui a 50 anos vejo
uma pessoa que não se pode levantar da cama porque é gorda e não tem vontade de
viver. Uma pessoa que não tem familiares nem amigos porque todos morreram antes
ou simplesmente já não querem manter contacto. Vejo uma pessoa infeliz que quer
morrer mas tem medo de suicidar-se. Por um lado sei que é uma visão demasiado
pessimista mas prefiro agora pensar o pior e depois surpreender-me do que idealizar
tudo e acabar cagada e dececionada numa cama.
Kinga Starczyk
3º ano de Estudos Portugueses
Comentários
Enviar um comentário