Lisboa – a cidade da cultura, aliás, não só de bacalhau vive o homem.
Estás em Lisboa. Já comeste os famosos pastéis de nata, saboreaste o vinho
português e conheces todos os centros comerciais de cor. Perguntas: e agora o que vou fazer? Neste momento
reparas que seria bom se investisses no teu desenvolvimento cultural. Sais na
estação do metropolitano que se chama Baixa
Chiado, porque alguém te disse que lá está o coração de Lisboa. Pensas: perguntarei a alguém se conhece o caminho
para algum sítio interessante. Perguntas a um português porque devia conhecer a cidade
dele. Mas não tomaste em conta que não fala fluentemente inglês e no melhor
resultado ouves a resposta: I'm sorry. I speak only portuguese.* Perguntas a outra pessoa. Fala inglês.
Só há um problema. Tal como tu, pensa no lugar para onde podia ir e tira o
mapa. Resignado , tens intenção de ir para o sítio já conhecido, onde a
carteira clama ao céu por vingança e as vitrinas seduzem com os produtos
infernais. De repente relembras-te que uma vez leste um artigo sobre os lugares
interessantes em Lisboa. Aqui está.
No acima mencionado – Chiado – cada pessoa encontrará algo
para ela, porque este bairro está cheio de sítios ligados à cultura popular,
que é mais acessível e também com a cultura mais culta e sofisticada.
Interessados pelo teatro vão encontrar alívio num dos três mais famosos teatros de Lisboa: Teatro de São Carlos (a principal Casa de Ópera de Lisboa), Teatro
São Luiz ou Teatro da Trindade. No caso dos teatros tenho de mencionar o teatro mais famoso, situado no
Rossio – Teatro Nacional D. Maria II.
Passando o tempo no centro da cidade (Alfama, Mouraria ou Bairro
Alto) vale a pena conhecer o património cultural de Lisboa que com certeza
é o fado. É uma canção tradicional
que normalmente, com a melancolia dela, manifesta saudade. É realizado com o
acompanhamento da guitarra portuguesa (que se distingue da guitarra pelas 12
cordas) ou da guitarra clássica. Na verdade, há muitos lugares onde se pode
ouvir este tipo da música. Para participar no concerto dos músicos
profissionais pode-se ir a uma das famosas Casas
de Fado. Uma delas é por exemplo a Parreirinha
de Alfama, em que o programa depende da
hora da nossa chegada. Antes temos de reservar uma mesa para podermos vir,
sentar-nos, deleitar-nos com a música ao vivo e encomendar o prato (é
obrigatório). Outra casa de fado localiza-se
no Bairro Alto e chama-se Tasca do Chico. Lá a comida não é tão
importante como no lugar anterior mas também se pode comer bem (porém da
maneira menos requintada) com o acompanhamento da música. Na Tasca do Chico
normalmente cantam e tocam as pessoas desconhecidas mas isto não significa que
as músicas sejam de baixa qualidade. Ao contrário, estas pessoas habitualmente
sabem muito sobre a música.
A maneira
mais barata de ouvir o fado é ir a um bar típico português (que não é preparado
especialmente para os turistas). Um bom exemplo do bar deste tipo pode ser o Tejo Bar em Alfama. Lá não ouviremos a
música feita pelos músicos profissionais. Encontraremos as pessoas habituais
que tiram prazer de tocar e cantar. Vale a pena mencionar que antigamente,
quando o fado surgiu, era a voz da pobreza. Depois despertou o interesse das
pessoas que se ocupam da música diariamente. Por isso, para poder comparar, é
bom conhecer dois tipos de fado (profissional e amador).
Para
descansar depois de ouvir a música tradicional portuguesa, recomendo ir para o Hot Clube (ao lado da Praça da Alegria). É o
clube mais antigo de Portugal e da Europa (fundado em 1948), em que a música principal
é o jazz. Lá começaram a tocar muitos músicos notáveis de jazz e atualmente
quase todos os dias têm lugar vários concertos. Se alguma pessoa
se interessar pela música em larga escala, tem de assistir pelo menos uma vez a
algum concerto no Hot Clube (tendo em conta que este clube é famoso não só em
Portugal mas em toda a Europa). Ainda tens falta de jazz? No centro de Lisboa é
fácil encontrar outros bares, em que frequentemente têm lugar jam sessions (por exemplo Fabrica Braço de Prata ou bar Alface).
Passando
ao tema dos concertos então tenho de referir-me aos Coliseu dos Recreios, Campo Pequeno ou
Pavilhão Atlântico. Estes lugares merecem atenção especial porque lá
acontecem os maiores musicais em Portugal. Cada mês servem-nos uma dose musical potente
dos vários géneros desde rock e metal
passando pelo punk e música alternativa até hip-hop e pop. Mas temos de ter em
conta que para assistir ao concerto é bom familiarizar-nos com o programa e
comprar os bilhetes antes, porque muitas vezes pode acontecer que os bilhetes
já esgotaram (com certeza isto depende de artista/banda).
Se
falamos de cinemas vale a pena chamar a atenção para o festival IndieLisboa, que demora 10 dias e é um festival internacional dos filmes
independentes. Em abril terá a sua décima edição. Este evento tem como objetivo
a promoção do cinema alternativo e a propagação dos filmes que aparecem nos
cinemas portugueses raramente. É um dos maiores eventos deste tipo em Portugal
não só por causa do número dos participantes (35 500) mas também por causa
do número dos ecrãs (9) usados para as projeções dos filmes e da quantidade dos
filmes que aparecem nos cinemas durante o festival (226).
Quanto
aos festivais, o maior festival de música, o
Optimus
Alive! (que é
parecido, no que diz respeito ao programa, ao festival polaco Open’er), tem lugar em Algés (nos
arredores de Lisboa). Teve a sua estreia em 2007. Junta muitas estrelas da
música rock e alternativa. Apesar de curta história deste festival, já tem
sucesso fora de Portugal. O Optimus Alive! Foi destacado pela revista britânica
NME, que colocou o Optimus na
dianteira do ranking dos doze mais populares e maiores festivais na Europa. A
outra vantagem deste festival é o tempo previsível – é sempre ideal.
Se depois de tanta informação ainda
tiveres problema em escolher algum lugar digno de atenção, faz uma pergunta
para ti: estou sem dúvida na cidade que
se chama Lisboa? A resposta é sim?
Vais encontrar algum bar com ambiente agradável nos bairros que já foram
enumerados antes. Tens muita e boa escolha. Em Lisboa vais chegar sempre até à
porta de algum sítio interessante. Os decobrimentos acidentais são
aconselháveis.
*Mas
tenho de dizer que os portugueses muitas vezes falam inglês e é fácil de entendê-los.
Zuzanna Michalska
*Queria dizer a mesma coisa. Na minha experiência, os portugueses falam bem inglês, especialmente quando comparar com os espanhóis... :)
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