O arco-íris do meu universo

Ontem em Portugal foi dia da mãe . Por isso as linhas seguintes são dedicadas a todas as mães...do mundo:)


O papel da mulher na época moderna não é fácil. As mulheres não são tratadas de forma igual aos homens. Ainda não têm os mesmos direitos que os homens, mas têm as mesmas obrigações. Além disso, têm de ligar tanto com as obrigações profissionais como com as tarefas domésticas. Em minha opinião há muitas mulheres que se safam conseguem fazê-lo bem. Uma deles é a minha mãe. Pensei muito sobre quem escrever: Uma cientista, atriz, médica, professora, cabeleireira?... Mas por que escolher só uma cor quando se pode ter um arco-íris inteiro? 
  A minha mãe é médica. Sempre sabe o que é que me dói mesmo quando eu mesma não o sei. Não é preciso perguntar o que é que deve ajudar-me porque ela já o sabe. É Esculápio quando liga o meu joelho outra vez na mesma semana dizendo que não haverá cicatriz ou se houver – todos os heróis têm cicatrizes de guerra. 
  A minha mãe é política. Sabe manobrar entre os partidos da minha família. Entre quatro fações cada uma quer outra coisa e não quer desistir nem retirar nem sequer um passo. E ela sabe fazer a paz de tal forma que todos acham que ainda têm poder. 
  A minha mãe é cosmonauta. Leva-me numa viagem espacial. Só fecho a boca, abro os olhos e olho na direção que me mostra. E permite-me voar e tocar os planetas e ter sempre os bolsos cheios do pó das estrelas. Aposto que foi a minha mãe quem foi primeiro à Lua. 
  A minha mãe é viajante. Com ela não tenho medo de serpentes venenosas nem elefantes selvagens que atravessam o bosque. É com ela que adoro apanhar morangos silvestres ou estirar-me na clareira no meio da floresta. Com ela nenhuma montanha é alta demais para atingir o cume e nenhuma rota demasiado comprida.
   A minha mãe é detetive. Sabe onde se escondem as meias (maliciosas!). Nenhum cogumelo está bastante camuflado. Nenhuma cara triste passa despercebida. Sempre sabe o que é que se passa embora não estivesse lá nem perguntasse pela razão. A minha mãe é cozinheira. É capaz de criar uma refeição de numerosos pratos para que todos tenham algo saboroso para si, mas também pode cozer só um prato tão delicioso que todos gostam e desejam comer mais uma dose. A minha mãe é Buddy Valastro e Gordon Ramsay em um, mas melhor porque sabe que, sobretudo os morangos são reis da nossa mesa. 
  A minha mãe é construtora. Sabe pregar pregos, fazer pérgulas e fixar as portas do armário. Com um lápis e uma folha e um pouco de tempo cria um verdadeiro avião, barco e dinossauro tão grande como eu. Acho que com muitas folhas poderia criar um farol, pirâmide e todas as sete maravilhas do mundo. 
  A minha mãe é sonhadora. Nunca se rende. Luta sempre pelo que acha importante. Não concorda com que os outros tomem as decisões que ela deve tomar. Não se esquece de que atrás das nuvens há sempre sol. Não deixa que o seu mundo se torne negro. A minha mãe é o arco-íris: tem todas as cores do meu universo.

Anna Kułak, II ano de Filologia Ibérica

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