A viagem da minha vida
Há dois anos a minha amiga Natalia
encorajou-me a fazer uma viagem intercontinental. Ela queria visitar 13 países em
30 dias, num carro antigo, com um grupo de cinco pessoas. Aquela ideia
parecia-me louca e irreal. Tinha medo de que fracassemos- o carro não era o
melhor, não tínhamos muito dinheiro nem experiencia em viajar e não sabíamos
nada da região aonde queríamos ir. O nosso destino foi a Turquia mas pensávamos
que não chegaríamos lá nunca. Decidimos fazer as mochilas para voltar a casa
quando o carro avariasse. Comprámos aquele carro que tinha mais de 20 anos duas
semanas antes da viagem e não pagámos mais de 250 euros. A velocidade máxima
que normalmente podia alcançar era 90 km/h, mas temos que lembrar que aquela máquina
estava cheia com as nossas bagagens e cinco pessoas.
Partimos cheios de medo e com uma visão
pessimista mas quisemos viver uma aventura inesquecível e por isso decidimos
arriscar. Primeiro fomos à Ucrânia para visitar Lviv e Odessa onde nos encontrámos com o meu amigo
Cristian que nos mostrou os melhores lugares de Odessa.
Esta cidade é maravilhosa porque está situada nas
margens do Mar Negro, é muito antiga e há muitos lugares para divertir-se. O
tempo que passámos com o Cristian foi muito interessante porque ele sabia muito
da história da cidade e nos contava nos lugares mais significantes.
Da Ucrânia fomos à Moldávia-
o pais do vinho e dos girassóis. A Moldávia é muito pobre mas a gente é muito
alegre e prestimosa. O preço do vinho era entre 1 ou 2 euros e dos cigarros era
se calhar o mais barato de toda a Europa. O que mais se destaca na Moldávia é a
sua cozinha- cheia de carne de carneiro muito saborosa e que também era muito
barata. Infelizmente este país não tem nada de arquitetura interessante ou lugares
turísticos mas com certeza posso recomendá-lo para todos que queiram passar uma
semana sossegada, longe da civilização.
Da Moldávia fomos para a
Roménia onde visitámos Constança. Sem dúvida vale a pena visitar Constança para
ver a diversidade religiosa e observar como as pessoas desta cidade vivem em
paz apesar de todas as diferenças muito significante entre elas. Lembro-me duma
rua onde havia uma igreja católica entre uma mesquita e uma igreja ortodoxa. As
pessoas que saíam daqueles templos depois do tempo de oração iam todos juntos tomar
um café. Na Roménia também visitamos Bucareste- a capital do país. Não é uma
cidade muito turística mas quisemos ver o edifício do Parlamento Romeno que
está no segundo lugar na lista dos maiores edifícios do mundo.
Da Roménia fomos para a
Bulgária mas cá tivemos uma situação muito desagradável. Quando cambiávamos dinheiro
fomos enganados em 100 euros. Por isso decidimos mudar o nosso plano e deixámos
de visitar os lugares mais interessantes da Bulgária e fomos diretamente para a
Turquia.
Depois de 15 dias de viagem
chegámos a Istambul- a antiga capital do Império Bizantino. Lá atravessámos o
estreito do Bósforo e fizemos uma foto do nosso carro na Ásia . A população de
Istambul é de 15 milhões e a cidade é cheia de atrações turísticas. Por isso
decidimos passar ai quatro dias. Visitámos mais ou menos 15 mesquitas, fizemos
compras no Grande Bazar, e provámos o verdadeiro kebab turco. As pessoas na Turquia são fantásticas.
Tivemos sorte de encontrar só gente que queria partilhar
connosco tudo. Uma vez um homem que estava na rua quando ouviu que éramos da
Polónia convidou-nos para a sua casa e cozinhou pratos típicos da Turquia.
Tivemos muito saudades quando tínhamos que partir para a Grécia. Contudo, com certeza
realizamos o nosso plano principal- atravessar a fronteira da Europa. Este sentimento,
este orgulho é quase impossível de
imaginar. Realizamos um dos nossos sonhos e isto é uma das coisas mais
importantes na minha vida. Decidi arriscar, decidi fazer algo perigoso e
finalmente consegui. Mas quando saíamos da Turquia ainda não sabíamos nada da
Grécia.
Aquela estadia na Grécia foi sem dúvida inesquecível. As paisagens, a
cozinha o vinho, e as suas mulheres- isto é a composição dum país ideal- isto é
a composição da Grécia. Se alguém morre e nunca esteve na Grécia a sua vida não
teve nenhum sentido. Não quero agora descrever tudo o que passámos lá porque podem-se
escrever livros grandes sobre este país.
Lembro-me duma situação. Era noite, o céu
estava cheio de estrelas e nós deitado no feno com algumas garrafas de vinho
grego e assim adormecemos. Isto foi a noite mais bonita da minha vida.
A viagem até à Grécia foi
muito extensa. Por isso decidimos deixar de visitar os museus, deixar de
conhecer a cultura de dentro e decidimos fazer a última semana de descanso.
Então não posso dizer muito sobre a Albânia, Montenegro ou sobre a Croácia.
Passámos todo o nosso tempo nestes países na praia, falando das nossas
experiências durante a aventura. Voltamos à Polónia completamente esgotados mas
muito felizes.
Quando comecei a contar a
minha história em casa dos meus pais a minha mãe adormeceu porque não conseguiu
ouvir-me mais de cinco horas.
Joachim Czalej
3º ano de Estudos Ibéricos
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