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O que é que liga o mundo da música portuguesa com o mundo da música polaca?

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Não muito? Isso não é possível? Não há nada mais errado! É óbvio que os dois países têm a cultura e as tradições no comportamento, costumes ou mesmo na comida muito diferentes. Além disso, ambos os países têm os seus géneros musicais únicos e próprios. Sem sombra de dúvida, o género mais característico de Portugal e que é conhecido em todo o mundo é o fado. Este género musical canta a saudade – o destino, que não podemos enganar ou mudar. Os cantores falam da tristeza, dor ou perda de alguém ou alguma coisa, também do amor, da situação política ou da história. O elemento mais característico é a guitarra portuguesa e os cantores vestidos de negro. A cantora mais famosa foi Amália Rodrigues, mas vale a pena mencionar por exemplo o grande Camané, considerado "o Prince do Fado”. É certo que os portugueses são os mestres do Fado e ninguém consegue igualá-los. Por outro lado temos a Polónia e a sua música popular e folclórica, especialmente esta cantada pelos homens das regiões mon...

A História não tem de ser chata

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Há um momento na vida da cada pessoa em que queremos (ou temos de) conhecer a história do nosso país. Claro, não todos temos de interessar-nos pela história mas acho que todos temos o dever de saber alguns factos importantes para não parecer um ignorante. Normalmente já antes de irmos à escola primária sabemos algumas coisas graças aos nossos pais e aos nossos avós que falam-nos sobre acontecimentos importantes do passado. Não importa que muitas vezes os consideremos como umas historinhas contadas para nos adormecer, porque estes contos podem suscitar o interesse pela história. Também os livros, os filmes ou as séries  históricas podem fazer o mesmo. Isso foi o que aconteceu comigo quando há muitos anos vi pela primeira vez vi o filme histórico “Com o fogo e a espada” (“Ogniem i mieczem”), realizado por Jerzy Hoffman e baseado no livro com o mesmo título que faz parte da famosa trilogia do escritor polaco Henryk Sienkiewicz.  “Com o fogo e a espada” é uma mistura dos ac...

"As laranjas eram azedas" / "Pomarańcze i tak były kwaśne"

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Depois de o conto de António Macheira  "Até amanhã meu filho"  nos dar a conhecer a dor e a saudade de uma mãe que perdeu filho no mar, em "As laranjas eram azedas" sentimos dó de três crianças esfomeadas e com frio e enternecemo-nos  com os sonhos delas.  AS LARANJAS ERAM AZEDAS Duas enormes nuvens brancas, de caprichoso recorte, correm ligeiramente no espaço. Uma aragem fria empurra-as para o sul, para o mar. O sol, beatificamente, contempla-as indiferente e risonho. Mas também frio. Estamos no inverno. Um inverno agreste e maravilhoso com os campos repletos de amendoeiras floridas de aspecto feérico e irreal. A estrada está gelada. E três crianças que a vão pisando estremecem de frio a cada passo que dão. São os únicos caminhantes a esta hora da tarde. Caminham caladas e pensativas. Seus rostos magros e sujos têm uma cor arroxeada devido à aragem que lhes bate em cheio. Vestem trajes iguais: rotos, sujos, esfarrapados. E com os bracitos metido...

Uma dominicana-ucraniana que mora na Polónia porque quer estudar espanhol e português

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Caros leitores, neste artigo eu queria contar-lhes um pouco sobre mim. Eu sei que não há muitas pessoas que gostem de ler autobiografias de pessoas não famosas, mas eu penso que vocês (os leitores que têm a vida parecida à minha) vão ler e pensar em vocês próprios. Chamo-me Elina Valentina Toyos Kozub. Sim, tenho dois nomes e dois sobrenomes, sobre isso vou falar-lhes um pouco mais tarde. Eu nasci a 3 de setembro de 1998 em Santo Domingo, que é a capital da República Dominicana. Sou estudante do 2º ano na universidade Maria Curie Skłodowska em Lublin, Polónia. O meu pai, Cotubanama Andres Toyos Grillo é espanhol e agora mora na Republica Dominicana, é professor de biofísica na universidade UNIREMHOS (Universidade Eugenio Mari de Hostos) e a minha mãe, Elina Anatolievna de Toyos mora na Ucrânia e é professora de bioquímica, mas agora ela trabalha como professora de espanhol e inglês  com crianças pequenas. Tenho um irmão mais velho, Andres Anatolii, que vive na Polónia com a ...

Lublin é fixe!!!

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Cada cidade é diferente e cada uma tem o seu charme específico que não se pode comparar com nenhuma outra coisa. A história, arquitetura, gastronomia, cultura e a gente são os elementos fundamentais que formam o ambiente característico de cada lugar. Lisboa tem os seus pastéis de Belém, fado, cafés, azulejos ou o famoso elétrico amarelo 28 de Lisboa mas quais são os atributos especiais de Lublin? Situada no leste do país é certamente um ponto no mapa da Polónia que vale a pena visitar.  Lublin é conhecida, tal como Roma, como a cidade das 7 colinas. É muito curioso porque o mesmo se diz sobre Lisboa que, segundo uma lenda, foi fundada numa povoação rodeada de sete colinas. Vás aonde fores, convencer-te-ás que é verdade. Uma das colinas mais interessantes em Lublin é por exemplo aquela onde se encontra o castelo – o edifício mais famoso e o símbolo da cidade. Além disso, convém mencionar outra colina que se chama Czwartek (quinta-feira). Diz-se que é o lugar mais antigo da c...

Onde bate o coração do antigo império português?

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No passado dia 6 de março, Agata Błoch proferiu a primeira palestra do ciclo "VIAGENS NA MINHA TERRA". Conduzindo a palestra Onde bate o coração do antigo império português? de uma forma informal (esta iniciativa assim pretende ser sempre) Agata Błoch deu especial relevo ao legado linguístico português e ao intercâmbios culturais entre os diversos países que fizeram parte ou interagiram com o império colonial português. Apresentou um Brasil diferente e que foge ao estereótipo praia, samba e futebol. Para finalizar falou da sua experiência de trabalho com a Televisão Polaca na cobertura das Olimpíadas do Rio, mostrando os bastidores deste acontecimento desportivo. Agata B łoch  está a fazer o doutoramento no Instituto de História da Academia Polaca de Ciências. É bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian fazendo a sua investigação no Centro de História d’Aquém e d’Além-Mar (CHAM) da Universidade Nova de Lisboa. Na sua pesquisa sobre a identidade colonial portuguesa tenta...