Sorraia, o bisavô do Lusitano
Este pequeno cavalo é o primeiro antepassado
dos famosos cavalos Lusitanos e Andaluzes e também de numerosas raças de cavalos da Europa e da América. Foi
descoberto pelo Dr. Ruy D'Andrade, zoólogo e
paleontologista português, em 1920 junto ao rio Sorraia e daqui provém o nome
deste animal. O hipólogo tornou-se
responsável pela preservação e
desenvolvimento do Sorraia. De acordo
com os registos, estes cavalos foram levados para a América pelos conquistadores
espanhóis. Cristóvão Colombo planeava levar os belos Andaluzes para a sua
viagem em busca das Índias,mas descobriu que alguém os tinha substituído pelos
pequenos e feios cavalos do tipo Sorraia. Isto passou a ser um benefício,
porque estes animais não se abalaram com os rigores de viagem oceânica e sobreviveram em grande número até ao seu
desembarque na América. Algumas esculturas antigas e pinturas rupestres de cavalos nas paredes da gruta La
Pileta (Granada, Espanha),
datadas entre 30.000 e 20.000 a. C., mostram as imagens típicas do
Sorraia.
O Sorraia é capaz de
suportar climas extremos, especialmente
secos e quentes. É forte, resistente e do temperamento
calmo e independente. É um verdadeiro cavalo de sela, pode ser empregado na
pecuária,no pastoreio de outros rebanhos e na tração de carroças. Este cavalo tem pequena estatura. A sua
pelagem é baia ou rato,tem uma máscara negra na cara e uma risca preta
no dorso. As suas orelhas também são escurecidas. Estes animais usualmente são
riscados nas pernas como as zebras e por isso são conhecidos pelo nome "zebro".
Assemelham-se ao tarpan, antigo cavalo selvagem europeu.
Atualmente esta espécie já não vive
em ambiente selvagem. O número total de
Sorraias existentes no mundo não excede 200. Todos estes cavalos descendem do grupo
original de 7 fémeas e 4 machos recolhidos pelo Dr. Ruy d'Andrade. A família
D'Andrade conserva o maior número de Sorraias em estado semisselvagem no Refúgio
do Vale de Zebro Sorraia, onde nascem, crescem e se reproduzem sem intervenção humana. infelizmente, apesar de todos os esforços, a
sobrevivência do cavalo ibérico mais primitivo não é segura e ainda se
considera uma raça em vias de extinção.
Urszula Półkosznik
II ano de Filologia Ibérica
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