P O R T U G A L – 8 letras, 8 figuras únicas do desporto português
Hoje em dia, o futebol é o desporto mais
conhecido e mais praticado em Portugal. Mas obviamente isto não significa que
só nesta disciplina devemos procurar desportistas de destaque, que atualmente
vemos como os símbolos do desporto português. A história mostra que o
desenvolvimento da prática de atividades físicas não foi simples. Podemos
falar dos ‘melhores’ e deste processo, apesar de que foi condicionado por
muitos fatores.
O fraco desenvolvimento desportivo que
sucedia em Portugal no século XIX teria as suas raízes no século XVIII, quando,
por motivos aparentemente inexplicáveis, os jogos e as atividades ao ar livre
deixaram de fazer parte dos hábitos dos portugueses. Isto provocou uma certa
degeneração física e moral. Esta degeneração prolongou-se pelas décadas
seguintes, em virtude do desprezo que era dedicado à prática desportiva. Até
que a iniciativa de Pierre de Coubertin (1863-1937), um barão francês, que
restaurou os Jogos Olímpicos e defendeu a prática desportiva na escola, e a sua
decisiva importância na sociedade do século XX consolidaram o desporto como um
bloco fundamental dos conteúdos da educação física.
Tratando o nome PORTUGAL como uma
abreviatura, tentámos selecionar desportistas que venceram vários
obstáculos e conseguiram ser ‘inesquecíveis’ na memória dos fãs.
P – de Paulo Guerra, especialista em corta-mato; O – de Obikwelu (Francis), um atleta
português nascido na Nigéria que é especializado nos 100 e 200 metros. É o
atual recordista europeu do 100m com um tempo de 9,86s. Adquiriu a
nacionalidade portuguesa em Outubro de 2001. A sua história de vida, a sua
personalidade, os seus sucessos desportivos tornaram-no como uma figura popular
no seu país adotivo; R – de Rosa Mota, já fora de atividade.
Tornou-se conhecida principalmente pelas suas prestações na maratona, sendo
considerada por muitos como uma das melhores corredoras do século XX nessa
especialidade; T – como Torres (José), um antigo
futebolista da seleção portuguesa que jogava na posição de avançado. Ao lado de
Simões, Eusébio e José Augusto, Torres colecionou golos, títulos e glória aos
olhos dos portugueses; U – de Urbano (José), um marchador que
participou três vezes nos Jogos Olímpicos e ganhou títulos nacionais; G – de Gomes (Naide), especialista no salto em comprimento, Campeã da Europa
de Atletismo de Pista Coberta de salto em comprimento, entre outros, Birmigham
2007; A – de Alves (João), uma das principais
personagens da história do futebol português. O futebolista em todos os jogos
calçava umas luvas pretas como sua imagem de marca; L – de Lázaro (Francisco),
simultaneamente o último e o primeiro, o primeiro herói desportivo português,
graças a quem formaram a ideia de herói nacional em tempos de crise naquele
Portugal que era um país de heróis e de valentes. O exemplo perfeito do
desportista português. Apesar de ser um dos favoritos, Francisco Lázaro não
chegou a terminar a maratona de Estocolmo, realizada a 15 de Julho de 1912,
desfalecendo à passagem do quilómetro 30, vítima de uma forte insolação,
acabando mesmo por falecer no dia seguinte. Morreu com o nome do seu Portugal
nos lábios.
Portugal nunca foi e atualmente também não
é um rei do atletismo. O futebol é o desporto mais amado pelos portugueses,
para eles é um jogo, um desporto, um passatempo ou uma profissão. É também
espetáculo, cor, alegria e emoção. É vontade de vencer mas também saber perder.
É para todas as idades, raças, credos e profissões. É para eles e para elas,
para os filhos e para os pais. O futebol é o rei dos desportos, a estrela da
nação. Por isso, de vez em quando, esquece-se dos heróis de outras disciplinas.
No entanto, vale a pena conhecer a
história do desporto português, que na Polónia, além do futebol, é totalmente
desconhecida. Agora, para nós, todo é um mistério. Mas já mostrei, com a
palavra ‘Portugal’, que brincando, do mesmo modo, chamamos a atenção de nós
mesmos e dos outros. Com esta simples charada também conhecemos as personagens
e os acontecimentos que constituem a parte da cultura portuguesa.
Agata Pietroń
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