A banda desenhada em Portugal, Portugal na banda desenhada...
Os
japoneses têm Dragon Ball, Akira e
todo o mundo do manga, os estadunidenses criaram Spiderman, Batman, Superman e uma ampla gama dos heróis
fantásticos, da França vem Astérix e
nas prateleiras das livrarias polacas pode-se encontrar os títulos como Kajko i Kokosz ou Osiedle Swoboda. A banda desenhada (BD) é uma forma de arte muitas
vezes não apreciada pelas pessoas ignorantes que acreditam que ela é destinada
só às crianças. Outros dizem que não é possível gerar uma história séria com o
aspeto psicológico das personagens desenvolvido, através das imagens e o texto
curto. Não obstante, história aos quadradinhos tem os seus defensores
preparados para matar em nome dela. Os laicos que tenham cuidado.
A
existência da banda desenhada em Portugal começa em 1850 com a publicação Aventuras Sentimentais e Dramáticas do
Senhor Simplício Batista, feita por Flora, (provavelmente o pseudónimo de
António Nogueira da Silva) um dos mais importantes caricaturistas desta época.
A partir deste momento evolvia-se através das ilustrações, das caricaturas e
das publicações nas revistas como O
Mosquito, O Gafanhoto ou nos jornais como Có-Có-Ró-Có ou Tic-Tac. Hoje
podemos escolher entre diversos estilos da criação: a tira (uma sequência de
imagens publicadas diariamente em jornais), o romance gráfico (frequentemente
direcionado ao público adulto), os storyboards,
os webcomics ou os cartoons.
A BD em Portugal tem o grupo dos
representantes bastante pequeno, entre outros, Mário Freitas (Super Pig), Fernando Relvas (Karlos Starkiller), Luís Louro (O Dragão Vermelho), Luis Pinto-Coelho (As Odisseias de um Motard). Cabe
destacar o excelente autor de A Pior
Banda do Mundo. José Carlos Fernandes é uma das mais importantes pessoas no
mundo da BD portuguesa. Obteve muitos prémios pela sua criatividade e alguns
dos seus títulos foram adaptados ao cinema e ao teatro. Atenção merece também Mucha de David Soares, Osvaldo Medina e
Mário Freitas. É uma história de horror intimista e inteligente sobre a ameaça
de desumanização que pende sobre a cabeça de uma camponesa, Rusalka, imergida
no mundo que insiste em ser perigoso e destituído de qualidades. Mucha fica escasso da narração e não
possui muitos diálogos. É basicamente a história contada através das imagens
pretas e brancas.
O mundo da banda desenhada não se constitui
só nas histórias fictícias. Alguns livros tratam dos episódios históricos da nação
portuguesa, por exemplo recém-publicado É
de noite que faço as perguntas, Escrito por David Soares e desenhado por
Jorge Coelho, João maio Pinto, André Coelho, Daniel da Silva e Richard Câmara.
Foi encomendado pela Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da
República e pelo Festival Amadora BD. Como
ponto da partida toma os acontecimentos da época da Primeira República
Portuguesa, os tempos quando a monarquia
acabou. É uma observação sobre a vida, a política e o modo como ambas se
influenciam.
A história aos quadradinhos pode também estabelecer um elo de
ligação entre os diversos países. O bom exemplo são os festivais da BD, como
Festival Internacional de Banda Desenhada em Amadora (Portugal) ou Festival
Internacional de Banda Desenhada e de Videojogos em Łódź. Em 2010, quatro portugueses visitaram a
Polónia e juntos, com os artistas polacos, criaram as bandas desenhadas sobre a
cidade de Łódź. A BD desenvolve-se e espero que obtenha mais fãs e mais
criadores, porque esta forma de arte merece mais reconhecimento e popularidade.
Małgorzata
Koprowicz
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